Certas coisas na vida a gente não lembra o momento em que decidimos que seriam para nós, elas já estavam decidias por um senso comum. Situações, conquistas e caminhos a seguir que a sociedade impôs e, influenciadas, seguimos esses caminhos e aprendemos a desejar tudo isso como se fosse algo que naturalmente queremos.
Acredito que você vai concordar comigo nesses casos: fazer faculdade, casar, ter filhos, comprar a casa própria, procurar um bom emprego (não necessariamente nessa mesma ordem).
Aos poucos, algumas mulheres foram percebendo que desses desejos impostos para suas vidas nem todos eram o que elas realmente queriam e assim surgem muitas mulheres tomando a decisão de não serem mães, de deixarem o casamento em segundo, terceiro plano e, às vezes, de lado. Esse é um fenômeno curioso e interessante.
Um outro fato interessante é o da casa própria. Muito natural passar dos 20 aos 30 anos fazendo o planejamento para essa aquisição, já que a sociedade acha que até os 30 anos você precisa ter uma casa. O que fica associado a “ser bem-sucedida” (esse é assunto para uma outra conversa ;)) e nos faz entrar num mega conflito.
Enfim, e se eu te fizesse pensar que de repente o seu primeiro imóvel não será para você morar, construir sua família e passar anos decorando e deixando aconchegante?
E se, pensando no seu sucesso financeiro, você decidisse que seu primeiro imóvel será para investir?
É claro que a sensação de morar na sua casa própria tem um valor inestimável. Mas estamos mudando as regras, não é mesmo? Buscando mais satisfação pessoal, profissional e financeira.
No caminho para se tornar uma Mulher Rica, alguns padrões precisam ser quebrados.
Pense comigo:
Você compra um imóvel na planta com objetivo de investir. Ganha com a valorização que naturalmente o imóvel vai sofrer. Quando pronto, coloca para alugar e deixa alguém ir pagando seu imóvel para você e, dependendo dos valores das parcelas, até mesmo gerando um fluxo de caixa mensalmente. Nesse momento você está construindo seu patrimônio e se preparando para um futuro mais rico.
Então agora você me pergunta: mas vou ficar pagando aluguel enquanto isso? Onde está a lógica?
Tá certo…vou te responder com uma comparação:
Seu primeiro imóvel para moradia:
– Você investe aproximadamente 25% do valor do imóvel como entrada para chamá-lo de seu. Na maioria das vezes, seca a poupança e lá se vão as economias de uma vida. Você está quase zerada.
– Assume a dívida e paga em “suaves” parcelas, substituindo o aluguel e pensando – estou pagando por algo que é meu e não jogando dinheiro fora.
– Seu principal patrimônio é sua casa e enquanto morar nela não lhe traz nenhum fluxo de caixa.
– Vai passar alguns anos pagando seu financiamento, nesse meio do caminho a gente muda, a vida muda, vem os filhos, muda de cidade, de emprego, de país e o seu lar já não se encaixa mais com seu momento e você quer algo novo.
– A parcela do seu financiamento, normalmente, será mais alta do que um aluguel. E pagará por uma casa que caiba no seu bolso e não necessariamente a que você sempre sonhou.
– Enquanto tudo isso aconteceu, você deixou de ganhar uma graninha a mais e deixou de estar alguns reais mais rica.
Seu primeiro imóvel para investimento:
– Você não tem o peso de escolher o imóvel da sua vida, afinal, dos 20 e poucos aos 30 e poucos muita coisa muda, não e mesmo?
– A escolha é mais leve com visão para negócios. Pode comprar um imóvel mais em conta, que não leve todas as suas economias, e assim diversificar seus investimentos.
– Deixa seu imóvel sendo pago pelo seu inquilino, enquanto proporciona a ele a oportunidade de ter um lar.
– Seu imóvel se valoriza.
– Começa a gerar fluxo de caixa e pingar dinheiro na sua conta.
– Enquanto você paga o aluguel de um imóvel que atenda as suas necessidades e se mantém atualizada, mora em um bairro bacana, com a estrutura que você precisa nesse momento. Estando “livre” para fazer as mudanças que achar melhor no momento que precisar.
– O imóvel vai se pagando enquanto estiver alugado e você continua com seus investimentos para, em breve, comprar outros imóveis que também podem gerar fluxo de caixa ou, se achar melhor, ser o teu lar.
Exemplo:
Você compra um imóvel por R$ 220.000
Paga R$ 80.000 de entrada
Começa pagando R$ 1.730,53 de parcelas
Cobra um aluguel de R$ 1.400 mensais
Paga um aluguel de aproximadamente R$ 1.200
Seguindo normalmente o fluxo do financiamento, seu imvóvel fica se pagando na sua grande maioria e, a partir do 7º ano, você já começa a obter seu fluxo de caixa e a ganhar dinheiro em cima do seu imóvel.
Se você tiver mais dinheiro para a entrada, diminui o valor da parcela. E também poder amortizar a dívida com algum dinheiro que receba durante o processo.
Você fica com um gasto mensal de R$ 330,53 + 1.200 = 1.530,53 no primeiro ano com moradia. Valor menor do que a parcela do seu apartamento e tendo um apartamento sendo pago.
Agora, se você comprar e já for morar, você terá um gasto mensal de R$ 1.730,53 (valor da parcela), sem possibilidades de fluxo de caixa futuro e presa num financiamento de 30 anos pela frente.
Às vezes, tudo o que precisamos é sair do automático e analisar se o que para sociedade é tão importante, realmente serve para a nossa vida.
Grata pela sua companhia, nos vemos no próximo post.
Um beijo
Maiara Xavier