Mercado Imobiliário

Imóveis, o que acontece nesse final de ano?

final de anoDurante esse ano de crise aqui no Brasil, o Rio de Janeiro foi palco dos Jogos Olímpicos, um espetáculo esportivo que atraiu tanto turistas do próprio país bem como estrangeiros que vieram acompanhar mais uma edição dos jogos, o qual impacta diretamente dois setores, o de turismo (que envolve comércio e serviços) e o imobiliário, pensando na aquisição, locação e também a disponibilidade de quartos em hóteis.

Antigamente, com a exclusividade do mercado de quartos, os hotéis controlavam a oferta de locais disponíveis para turistas com a abertura de novas unidades e quartos disponíveis para reserva. Atualmente com as novas áreas que foram criadas com o avanço da tecnologia, qualquer cidadão comum pode competir diretamente com grandes marcas renomadas de hotéis, bastando se cadastrar em um dos diversos aplicativos que permitem a locação de bens pessoais como imóveis inteiros ou até quartos para pequenas estadias, sendo o Airbnb o mais famoso deles.

Com a possibilidade de uma receita extra frente às dificuldades financeiras que a maioria das famílias vem passando, a possibilidade de uma renda auxiliar se tornou interessante. E isso chamou a atenção de investidores que viram a possibilidade de adquirir imóveis para a locação temporária ou ainda adquirir na planta para a revenda à interessados que tinham em mente os mesmo planos de locação.

Esse efeito gerou um boom incrível no setor imobiliário carioca com diversas construtoras aumentando suas obras na cidade a fim de se beneficiar da maior demanda que o Rio atrairia, tendo esse movimento de lançamentos de novos empreendimentos se iniciado em 2010, logo após o Brasil ter vencido a disputa com outros países para sediar as Olimpíadas e a Copa do Mundo.

O problema é que em 2010 o Brasil crescia a taxas elevadas e a confiança da população na economia era enorme. Porém, com o agravamento da piora econômica pós 2014, sendo esse clima já sentido no pós Copa do Mundo, onde capitais que foram sede de jogos viram seus empreendimentos abandonados após a competição só confirmaram que o Rio de Janeiro, palco das maiores construções para ambos os eventos, corria um sério risco de ter uma sobre oferta de imóveis disponíveis.

No pós Olímpico, acredito que o mercado verá com maior clareza qual o tamanho do problema de empreendimentos vagos, sejam domiciliares ou empresariais, com o fim da perspectiva de aquecimento com turistas estrangeiros e nacionais partindo do Rio e perdendo o interesse na aquisição e locação de imóveis na cidade.

O mercado imobiliário é um dos que mais são afetados pelo sentimento da população e a confiança no crescimento da economia. Como empreendimentos levam em média 3 anos para serem entregues, quando uma construtora lança algum novo projeto ela tem como base um cenário no ano 1, o qual pode ser totalmente diferente ao final do ano 3 (caso a obra não atrase).

 

No Brasil aconteceu exatamente isso. Imóveis planejados e inicializados em 2011 e 2012 foram concluídos em 2014 e 2015, tendo como base um Brasil totalmente diferente, sendo pegos no ápice da crise com investidores resguardando seu capital sem investir em novos empreendimentos e compradores de imóveis na planta atrasando parcelas ou até devolvendo seus apartamentos por conta da falta de recursos para honrar suas parcelas.

Com um menor interesse por novos investidores e uma maior taxa de desistência de antigos compradores, o número de imóveis aumenta exponencialmente no mercado, atrapalhando todo o cronograma das construtoras e as forçando a vender seus projetos a valores cada vez menores, derrubando os preços do mercado como um todo.

Como dito, o mercado imobiliário segue à risca o sentimento de investidores e compradores no futuro da economia, portanto, caso a economia estivesse em plena ascensão, muitos veriam o setor imobiliário como uma possibilidade de investimentos, o que aumentaria a demanda por novas compras, estimularia as empresas a lançarem novos projetos e aqueceria as vendas no setor.

O Rio de Janeiro foi um grande canteiro de obras nos últimos seis anos com as expectativas para dois grandes eventos mundiais: a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Sendo assim, diversas empresas lançaram novos projetos na “onda” de aproveitar o interesse por imóveis na cidade, o que levou a falta de planejamento e visão de longo prazo para medir se havia mesmo essa demanda.

Não se pensou, por exemplo, no número de apartamentos que seriam postos no mercado no pós Olimpíadas pela própria prefeitura com a construção de 3600 novos apartamentos que iriam compor a Vila Olímpica, sendo esses imóveis posteriormente vendidos à população, podendo gerar uma bolha.

O Rio já havia passado por esse problema ao fim do Panamericano, onde centenas de apartamentos construídos para abrigar os atletas dos jogos não foram vendidos, gerando uma oferta enorme de imóveis.

Com a população com uma menor renda disponível para investimentos, o perigo de sobre oferta no estado do Rio de Janeiro é eminente, o que pode derrubar os preços e causar enormes rombos financeiros nas empresas do setor.

Para quem está em busca de um imóvel e possui renda ou ainda uma reserva financeira disponível, o momento é propício frente os descontos que estão sendo aplicados na hora da negociação de empreendimentos (novos e usados) devido o desespero de empresas e também de famílias que não podem arcar com o custo de um imóvel que não agregue renda.

Em feirões estão sendo vistos descontos de até 60% no valor inicial, o que pode ser uma enorme oportunidade para quem pode adquirir um imóvel agora e esperar a recuperação da economia brasileira, a fim de revender ou alugar este bem quando o mercado voltar a se reaquecer.

Então se você está buscando alguma promoção ou grande desconto… essa é a hora! Aproveite!

 

Artigo escrito pelo Blog Economia Sem Segredos

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