Após três anos consecutivos com o número de lançamentos e vendas em queda, o mercado imobiliário da cidade de São Paulo voltou a crescer no ano passado.
Fonte: PhantomPilots – Fotografia: Gabriel Lehto Gomes
As vendas de imóveis atingiram 23,6 mil unidades em 2017, uma expansão de 46,1% em relação a 2016. O resultado surpreendeu o setor, que esperava um crescimento de 5% a 10% no ano.
A pesquisa foi divulgada na última terça-feira pelo Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP) e considera somente os imóveis residenciais novos. Flávio Amary, presidente do sindicato, atribuiu o forte crescimento do setor à recuperação da economia brasileira, com redução dos juros e estabilidade no nível de empregos, o que ajudou a recompor parcialmente a confiança de consumidores.
O lançamento de novos projetos também cresceu, totalizando 28,7 mil unidades – aumento de 48% em relação a 2016, quando houve retração de 15,7%.
Segundo Amary, grande parte dos novos projetos está relacionada ao crescimento do programa “Minha Casa, Minha Vida”, que está com uma demanda mais aquecida e boas condições de crédito. O programa foi responsável por 4.154 lançamentos em São Paulo em 2016, ou 23% do total. Já em 2017, essa participação subiu para 10.343 unidades, 36% do total.
Os imóveis econômicos também impulsionaram a reação do setor: a maior parte das unidades lançadas e vendidas tinham dois quartos, mediam menos de 45m² e custavam até R$240 mil.
O VGV (Valor Global de Vendas) – que soma o valor potencial de venda de todas as unidades de um empreendimento que será lançado – passou de R$ 8,9 bilhões para R$ 11,4 bilhões.
Para 2018, a previsão do Secovi é de estabilidade no número de lançamentos e alta de 5% a 10% nas vendas em relação ao ano passado. Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, explica que a projeção considera que 2018 tem um calendário com Copa do Mundo, eleições presidenciais e muitos feriados, o que prejudica o mercado. Ele antecipou que os negócios em janeiro mostraram um bom desempenho, de modo que os números de lançamentos e vendas devem superar os do mesmo período do ano passado.
Preços
Na comparação anual, o preço dos imóveis lançados ficou estável, com o metro quadrado custando cerca de R$ 8.700.
O presidente do Secovi-SP afirmou ainda que o preço das moradias, em geral, não tem subido no mesmo ritmo do reaquecimento do mercado. “Os preços ainda não estão acompanhando a recuperação, eles seguem estáveis. Algumas regiões têm os mesmos preços de meses ou até anos atrás”, disse.
Um estudo divulgado ontem pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) demonstra isso. O preço médio dos imóveis residenciais no país teve uma leve alta de 0,03% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nos últimos 12 meses, o preço médio das moradias recuou 0,36%. O levantamento considera os valores dos imóveis vendidos por meio de financiamento.
Fonte: O Estado de S. Paulo.
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