Com extensão territorial de aproximadamente 600km² e quinto mercado consumidor do País, a região do ABC – formada pelas cidades de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul – tem população superior a 1,5 milhão de habitantes. E seu mercado imobiliário, de acordo com o diretor de atendimento da consultoria imobiliária Lopes, Belmiro Quintaes, não apenas tem boa absorção dos lançamentos como ainda tem espaço para crescer.
Somadas, as três cidades do ABC paulista receberam, nos últimos três anos, 174 empreendimentos residenciais que oferecem 22.562 novos apartamentos, segundo dados da empresa.
“A região é bastante independente (tem oferta de serviços e produtos própria, não depende da capital) e isso já é um grande atrativo”, acredita Quintaes. As cidades contam com infraestrutura completa de comércio, serviços, transporte público e empregos.
“Com a chegada do metrô o acesso à região ficará melhor, podendo trazer moradores da capital para os municípios do ABC”, diz. Quintaes se refere à linha Bronze, que terá conexão com as linhas 2-Verde do metrô e -Turquesa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e ligará a capital a São Bernardo, passando por São Caetano e Santo André.
Trabalhando no mercado local há 53 anos, o presidente da construtora MBigucci e da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC (ACIGABC), Milton Bigucci, diz que presenciou a chegada da indústria automobilística à região. “Vi o desenvolvimento e a vinda de novos produtos no mercado imobiliário local”, conta.
De acordo com Bigucci, 80% dos imóveis no ABC estão na faixa entre R$ 250 mil e R$ 500 mil, atraindo compradores com perfil de “classe média”, interessados em apartamentos de dois e três dormitórios. Essas tipologias representam mais de 90% do mercado local. O preço dos imóveis na região são mais em conta que os de mesmo padrão localizados na capital.
“As cidades do ABC são modernas e atrativas, que além de estrutura de serviços, comércio e lazer, tem quatro grandes universidades e fácil acesso à capital pelas rodovias Anchieta e Imigrantes e pelo Rodoanel.”
No entanto, Bigucci destaca que houve queda no volume de lançamentos e vendas nos últimos 12 meses, além de uma redução dos estoques. “O segundo semestre é historicamente melhor que o primeiro, mas já temos números que mostram que o volume de vendas do terceiro trimestre foi superior ao do primeiro semestre do ano.” O presidente da MBigucci reforça que o ABC ainda tem áreas disponíveis para novos empreendimentos.
A construtora lançará seu primeiro mixed use – com torre residencial e escritórios somando 953 unidades – em São Bernardo do Campo. O Marco Zero, terá dois edifícios residenciais e dois prédios com lofts e salas comerciais.
“Em novembro, colocaremos à venda estúdios de 36 m² a 54 m² localizado a 600 metros da futura linha 18 do metrô, em São Bernardo. O empreendimento também atrai o investidor” diz o diretor de vendas da MBigucci, Robson Toneto.
A construtora tem um projeto em Santo André, com 60% das unidades vendidas. A previsão de entrega é de três anos. “O Impactus é destinado ao público familiar, que adquire seu primeiro imóvel. O metro quadrado está em torno de R$ 6 mil”, afirma Toneto.
Clube. Em 2007, a incorporadora Plano & Plano lançou o seu primeiro condomínio-clube, no ABC. “Optamos por São Caetano, que não tinha grande oferta desse tipo de produto e é um município objeto de desejo de muitos moradores locais”, diz o gerente de incorporação Luiz Armando Fairbanks.
No ano seguinte, foi a vez de Santo André e, em seguida, de São Bernardo do Campo. Cada empreendimento foi pensado de acordo com o perfil local. “Depois desses três lançamentos, começamos a olhar mais para o ABC e enxergar as necessidades imobiliárias da região.”
Segundo Fairbancks, a construtora já está em busca de terrenos ao longo ou próximos do eixo da futura linha 18 do metrô.
Região com espaço para crescer
Estadão – Blog Radar Imobiliário
