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Visão de mercado: Imóvel, a hora de comprar é agora?

A partir de meados de 2009 o mercado surfou uma “onda” de crescimento econômico baseado em uma política de incentivo ao consumo, com fartura de crédito, controle de juros, da inflação, do dólar e das tarifas públicas e PIB em alta.Visão de mercado

Estas condições  resultaram em segurança financeira com um aumento da faixa de população que ingressou na considerada “classe média”, aumento de demanda, mercado de risco em queda , aporte  de grandes capitais estrangeiros em incorporadoras nacionais e, consequentemente uma rápida valorização dos imóveis com ingresso dos mesmos em um novo patamar de preços.

Ocorre que, após este “boom” que se estendeu até final de 2013/início 2014, a realidade econômica se alterou  com baixo crescimento, ajuste fiscal, reajustes de tarifas de serviços públicos, aumento de juros, queda do valor internacional do petróleo, elevação do dólar e que somados  a crise política, energética e “ética” , impactou diretamente a segurança financeira da população, o grau de confiança do consumidor  e, consequentemente o mercado imobiliário como um todo…

Iniciou-se, então, um período de ajuste de mercado com unidades retornando para as incorporadoras por distratos, retenção dos lançamentos programados e uma diminuição na velocidade de decisão por parte dos compradores resultando em lentidão no mercado, que passou a trabalhar basicamente a venda de estoques com descontos …..(diminuição da demanda e aumento da oferta sempre provocam a queda dos valores).

O mercado deste período sofreu mudanças com uma diminuição da atuação “especulativa” para ganho com revendas em curto prazo, retração dos investidores patrimoniais e um amadurecimento de um comprador mais exigente  que passou a buscar, basicamente,  imóveis para uso próprio com bons  descontos….(encontrou muitas oportunidades, e,  ainda, encontra….)

 

Visão de mercado

 

Olhando todo este panorama, e após 20 anos no mercado de construção e arquitetura e mais de 7 anos no mercado de lançamentos imobiliários, já acompanheis alguns momentos de retração econômica na construção civil e, na minha visão, entendo que  é necessário olhar o panorama de uma forma mais ampla. Não podemos fatiar qualquer mercado de longo prazo tão complexo e analisar apenas os anos de “retração”…é preciso levar em contas os ciclos em períodos mais longos.

Sabemos que o mercado de imóveis é cíclico, e que  a necessidade de moradia no Brasil permanece, bem como um déficit imobiliário elevado. Boa parte da população, ainda, necessita comprar seu imóvel, seja para sair do aluguel,  iniciar ou ampliar sua família,  otimizar sua mobilidade urbana, ter um imóvel mais moderno  com menor custo de manutenção, maior qualidade de vida, independência , ou, ainda, montar seu escritório, empresa, …..enfim, os motivos são os mais variados e  é fato que a  aquisição imobiliária não se esgota e  é um fenômeno continuo…..

É preciso levar em conta, também, que o mercado imobiliário é impactado por outros fatores regionais não tão claramente perceptíveis para muitos, como novos planos diretores e operações urbanas específicas de cada cidade, que alteram  significativamente os índices de metragens permitidas á  serem construídas  em relação aos terrenos e suas localizações, bem como quantidades de vagas por metragem/imóvel, alturas dos edifícios, recuos e outros, e com isso, impactam diretamente  a regulação de preço da principal matéria prima deste mercado ” o terreno”…insumo cada vez mais escasso nas grandes cidades…

Se hoje, os estoques estão sendo vendidos, os lançamentos são poucos e a demanda por imóveis continua por conta dos fatores citados acima, o que deve ocorrer em um curto prazo de tempo?

Existe, ainda,   espaço para diminuição dos  valores, ou a hora de compra é  agora ?

Recentemente, estamos acompanhando uma provável tendência de inversão da situação do mercado…..

Diversos lançamentos realizados pela Lopes em São Paulo nas últimas semanas com diferentes metragens, valores e localizações tiveram um índice de vendas inicial muito forte, chegando a marcas de até 75 % vendidas em apenas alguns dias de vendas. Mesmo empreendimentos com valores agregados acima de 1 milhão venderam muitas unidades no lançamento…., inclusive com um retorno significativo de investidores.

Tudo indica, que estamos entrando em uma nova fase de mercado….de retomada, após um período de baixa significativa….. “a confiança do consumidor”  fruto, também, das alterações políticas e de uma percepção de que existe “Luz no final do túnel”, parece estar retornando….

Ainda é cedo, mas quando consideramos o estudo de  análise de comportamento de mercado ao longo de períodos mais longos, verifica-se que após fases de turbulências o mercado de imóveis costuma ter um novo impulso de demandas e de valorização…..e , existe indicativos de que é nesta fase que estamos entrando…

Na minha visão,  portanto, a hora é agora…Não existe mais folga nos valores e descontos praticados para o estoque, os lançamentos estão retornando  com um porcentual alto de vendas , a política econômica aponta para uma regularização das taxas de juros a médio prazo , e , em breve, este mercado, que é cíclico, deverá retomar seu curso normal dentro de um nova fase de preços e reposicionamento de mercado.

Artigo escrito por Blog SerImovel – Flavio Westmann www.serimovel.com

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