Mercado Imobiliário

A venda de imóveis econômicos e as mudanças trazidas pela pandemia do covid-19

Apesar da crise econômica e as mudanças causadas pela pandemia do coronavírus, a venda de imóveis econômicos se mostra resiliente e dá sinais de recuperação. 

O movimento é reflexo dos patamares baixos dos juros brasileiros em 2020. A taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, está em 2% ao ano, tornando o financiamento imobiliário mais barato. Para os compradores, pagar os juros do financiamento pode ser mais vantajoso do que pagar o aluguel mensalmente. 

Além disso, a conquista da casa própria continua sendo um dos principais sonhos dos brasileiros, sonho esse que a nova realidade tornou mais urgente.

Para entendermos o comportamento do comprador de imóveis econômicos, o Minha Casa Minha Vida e o novo programa habitacional Casa Verde e Amarela, conversamos com a Maísa, Diretora Geral da Lopes Habitcasa, uma empresa do Grupo Lopes especializada em imóveis do segmento econômico.

Como funciona o programa Minha Casa Minha Vida

O programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida foi lançado pelo Governo Federal em 2009 com o objetivo de facilitar o acesso à casa própria para famílias com renda baixa e impulsionar a economia. 

A iniciativa oferece condições atrativas de financiamento imobiliário e, para participar do programa, as famílias precisam estar enquadradas em algumas faixas de renda. 

Quais as vantagens do Minha Casa Minha Vida?

Os principais benefícios do Minha Casa Minha vida são: 

  • Para algumas faixas de renda, a família pode contar com o subsídio do Governo, onde parte do imóvel é paga por ele, descontando do valor total.
  • As taxas de juros praticadas são baixas, as menores do mercado.
  • O prazo de financiamento é de até 360 meses (30 anos), o maior prazo do mercado.
  • O dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pode ser usado na entrada do financiamento, na quitação das parcelas ou a redução do saldo devedor.  

A cidade de São Paulo oferece muitas oportunidades em imóveis para clientes de baixa renda e conta com subsídios interessantes. A criação do programa Minha Casa Minha Vida ajudou e muito a incluir famílias e proporcionar o acesso à casa própria. Muitas ainda pensam que com a renda mensal de R$2.000 não é possível comprar, mas é. 

O mercado fez a demanda crescer e estimulou o estudo dessa necessidade, levando à criação da oportunidade de oferecer um imóvel novo, bem feito e com aumento de crédito para as pessoas. 

Como a venda de imóveis econômicos foi afetada pela pandemia do Covid-19?

O segmento de imóveis econômicos foi afetado de início pela forma que aconteciam os atendimentos. Antes o contato pessoal do corretor nos pontos de captação, a distribuição de panfletos, entre outras ações externas eram a principal forma de encontrar potenciais compradores, e com o início do distanciamento social esses clientes começaram a ir para a internet.

Maísa, Diretora Geral da Lopes Habitcasa, reforça que o uso eficaz da internet pela imobiliária, corretores e clientes foi uma excelente saída para as condições impostas pela pandemia. 

“A internet era uma ferramenta muito utilizada antes da pandemia, porém em novos tempos isso tornou-se ainda mais popular e utilizada com fervor em vendas de imóveis. Os clientes ficaram encantados em poder realizar seu sonho da casa própria digitalmente e com muita segurança”, conta Maísa.

A Lopes foi pioneira em disponibilizar os apartamentos decorados online nas plataformas, desmistificando que um imóvel pode ser comprado via digital. 

venda de imoveis economicos cresce no segundo trimestre

A facilidade de fazer a jornada de compra online beneficiou também aos compradores que antes não tinham tempo disponível para marcar visitas e atender telefonemas. 

Maísa inclusive destaca que o atendimento digital foi o diferencial para clientes que trabalham em áreas específicas. “Os professores foram campeões de audiência de compra, junto com os profissionais da saúde e trabalhadores do varejo”. Mesmo com a pandemia, esses profissionais buscaram mais estabilidade, e usaram a internet e outras ferramentas para conversar com o corretor, visitar virtualmente, enviar documentos e assinar o contrato, tudo sem de sair de casa.

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Na Lopes, segmento econômico tem resultado positivo no 2º tri

Mesmo com a escassez de lançamentos em muitas regiões e estandes de vendas fechados, a Lopes conseguiu garantir o atendimento 100% online dos clientes e a possibilidade de finalizar as vendas de forma remota. 

No total, foram 1.588 unidades intermediadas no 2T20. Examinando as unidades intermediadas por faixa de preço, destacam-se os imóveis de média-baixa renda, aqueles entre R$150 mil e R$350 mil, que representaram 60% das unidades intermediadas no 2T20. 

Maísa compartilha sua opinião sobre os bons resultados do trimestre. “As pessoas estavam assustadas por conta da pandemia, mas elas precisam morar. Quando viram que tinham  condições  de comprar pagando pouco, que muitas vezes é o valor atual do aluguel, elas aproveitaram a oportunidade”.

Alguns clientes viram que, com a taxa de juros baixa, o imóvel continuava sendo a moeda forte e que valia a pena comprar agora.

Como o atendimento ao cliente mudou na pandemia

Tecnologias como o tour virtual e vídeos imobiliários ajudaram e muito a manter as vendas acontecendo, mesmo com os estandes fechados. Com os apartamentos decorados em evidência, o cliente começou a entender melhor e se acostumar com a ideia do tour virtual. Com a ferramenta, o comprador de imóveis econômicos consegue materializar cada cômodo e entende se determinada planta atende às suas necessidades.

Além do apartamento, o corretor também estava preparado para falar da região, da infraestrutura de comércio, transporte e serviços. 

Outra facilidade que começou com as mudanças da pandemia foram as ferramentas de atendimento rápido. O cliente pode, através de uma plataforma, conhecer o imóvel e tem a oportunidade de interagir diretamente com o corretor. Esse profissional estando bem preparado com informações e atento às necessidades do cliente tem muita facilidade para fechar negócio. “Não podia sair na rua e panfletar, não podia fazer um ponto de captação. Você tinha a internet, o celular e a argumentação. Quem soube usar com excelência teve resultado”, Maísa comenta sobre as mudanças na forma do corretor trabalhar. 

A diferença entre o Casa Verde Amarela e o Minha Casa Minha Vida

O programa Casa Verde e Amarela, anunciado pelo Governo Federal em 25 de agosto, irá substituir o Minha Casa Minha Vida, abrindo espaço para o crescimento do mercado imobiliário e facilitando o acesso da população à moradia digna. 

As regiões Norte e Nordeste serão contempladas com a redução nas taxas em até 0,5 ponto percentual para famílias com renda de até R$2 mil mensais e 0,25 ponto para quem ganha entre R$2 mil e R$2,6 mil. Nessas regiões, os juros poderão chegar a 4,25% ao ano e, nas demais regiões, o piso é de 4,5%.

As faixas de renda do Minha Casa Minha Vida foram alteradas para grupos no programa Casa Verde e Amarela. São eles:

  • 1: Famílias com renda de até R$ 2 mil
  • 2: Famílias com renda entre R$ 2 mil e R$ 4 mil
  • 3: Famílias com renda entre  R$4 mil e R$ 7 mil

Para cada grupo há subsídios e programas diferentes que serão oferecidos aos cidadãos.

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+ FGTS: O que é e como usar para comprar imóvel?

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